sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Um adeus nerd a André Gondim

Logo que conheci o software livre me encantei com a possibilidade de me envolver no desenvolvimento. Como naquela altura não entendia nada de desenvolvimento, fui traduzir. "Perdia" horas na frente do computador traduzindo o Ubuntu para o português, fascinado com as possibilidades colaborativas que aquele novo mundo me abria.

No entanto, por mais tempo que eu me dedicasse nas traduções do Launchpad, jamais conseguia chegar perto de um tal de AndreGondim, que simplesmente parecia ter mexido em cada um dos pacotes da distribuição. E foi assim que eu conheci o André: como um link no Roseta. Depois comecei a deixar alguns comentários em seu blog e mais tarde troquei algumas palavras no IRC.

Minhas contribuições para a distribuição foram crescendo e com elas o meu contato com o André: sempre online, sempre disponível para uma conversa. Só fui conhecê-lo pessoalmente no ano passado, durante o FISL, quando pudemos trocar algumas ideias breves, uma vez que seu estado de saúde já não o permitia permanecer muitas horas no evento. Mas nem precisava, eu já o conhecia; e conhecia bem, pois o André era uma dessas poucas pessoas que são online da mesma maneira que são pessoalmente: cordial, leal, prestativo, inteligente, presente, dedicado.

Lembro me que sempre que queria discutir alguma coisa sobre o Ubuntu, era ele quem eu chamava, não apenas pela posição de liderança que ele ocupava (pois outros também a ocuparam) mas por saber que ele realmente se interessava pela comunidade e sempre se engajava em longas conversas comigo. Com ele eu tinha "pano pra manga".

Dizem que ninguém é insubstituível e pra mim, parece estranho sentir saudades de alguém cujo contato se deu mais online do que pessoalmente, no entanto a verdade é que algumas pessoas quando se vão deixam um imenso vazio no mundo e nas nossas vidas.

Temo pelos rumos que a comunidade do Ubuntu-BR irá tomar, pois não vejo ninguém com a mesma dedicação e paixão que ele tinha e sem dúvida nenhuma sentirei falta de nossas conversas e dele me chamando no chat com um "ping"( bem nerd), a espera de um "pong" vindo do meu lado.

Vá com fé meu amigo, dá uns conselhos para aquele tal de Jobs e ande junto com a turma do Ritchie que eles são do bem. Certamente sentiremos sua falta por aqui.

# mv /usr/AndreGondim /home/ceu

Kemel Zaidan



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Evento com participação do Ubuntu-SP na Uniban da Vila Mariana

Sei que está um pouco em cima, mas gostaria de convidar a todos para participar do evento em que o Ubuntu-SP estará presente amanha na Uniban da Vila Mariana. Eu participarei de uma mesa de debates e @kretcheu e @alexsandroccarv, darão uma palestra sobre segurança. Além disso haverá também um install-fest. O evento será no sábado dia 27/08

Horário: 10h30

Tema: SEGURANÇA
Local: Sala 214
Palestra: Privacidade e Segurança em Desktops Linux
Palestrantes:
- Alexsandro Cardoso Carvalho - Graduado em Informática e Especialização em Administração de Sistemas de Informação. Membro do grupo UBUNTU/SP e do projeto bibliotecalivre.org. Responsável pela migração para software livre na Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Bernardo do Campo. Atualmente trabalha na Universidade Federal do ABC e é Diretor da Compartirweb.

- Paulo Kretcheu - Engenheiro Mecânico com formação pela FEI e Pós-Graduação em Segurança pela Unimonte. Trabalha como professor universitário e consultor em tecnologias open source há mais de 10 anos. É membro atuante da comunidade UBUNTU e Debian.

Horário: 12h

Mesa-Redonda: SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
Local: Auditório (6º andar)
Participantes da Mesa:
Presidente: Ricardo Holderegger - Gerente de Planejamento de TI da UNIBAN.
Moderador: Gustavo C. Lima - Mantenedor do site Coruja de TI e Organizador do Web Security Fórum.
Membros: Marcos Tupinambá - Palestrante Oficial Microsoft e Kemel Zaidan - Editor da Linux Magazine Official Member do UBUNTU.

O evento é aberto e qualquer um pode participar.

Mais informações do evento podem ser vistas neste link: http://www.uniban.br/eventos/2011/agosto/jornada-de-tecnologia-da-informacao.asp

A Uniban da Vila Mariana fica na rua Afonso Celso, 235, Vila Mariana - São Paulo - SP,

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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Trancando o cofre e jogando a chave fora

Imagine que ao longo de vários anos você foi acumulando uma série de documentos em formato digital: planilhas, textos e apresentações de slides que foram sendo colecionadas durante o percurso de sua vida acadêmica e/ou profissional. Fácil, não é? Afinal, poucos são os casos em que ainda se usa o velho e bom caderno e lápis grafite para tomar nota de alguma ideia. A maioria de nós mal consegue manter a conta de quantos documentos desse tipo gerou ou possui consigo.

Apesar do conteúdo produzido por você e armazenado nesses arquivos ser exclusivamente de sua propriedade, sendo inclusive protegido pelas leis de direito autoral, o formato de arquivo em que você armazenou esses conteúdos, certamente não te pertence. Ele muito provavelmente pertence ao autor do software utilizado por você para criar todos esses arquivos. Quais são as implicações disso? É como guardar dinheiro no cofre de outra pessoa. Por mais inocente ou estranha que possa parecer esta pergunta, de fato, há muitas consequências envolvidas em uma situação como essa: a primeira delas e mais importante de todas é que você está inevitavelmente atrelado ao fornecedor do software com qual você gerou todos esses documentos.

É ele quem vai dizer para você quando você deve adquirir uma nova versão de sua suite de escritórios (mesmo que isso acarrete na necessidade da compra de um novo hardware), ou quando você deve utilizar um novo formato, que será empurrado a você sem que você entenda as consequências dessa mudança. Alguma vez você recebeu ou enviou um arquivo de escritório, o qual não foi possível abrir e conferir o conteúdo do documento? Quem nunca ficou irritado com uma situação destas ou nunca sofreu com um problema desses que atire o primeiro computador ao alto.

Agora projete a mesma situação descrita acima, mas ao invés de pensar em si mesmo, pense em uma grande empresa e projete os prejuízos causados por algo aparentemente simples. E se ao invés de uma grande empresa estivermos falando da esfera governamental? Por quanto tempo um governo precisará guardar um documento em formato digital? Certamente por muito mais tempo do que você ou eu e muito além do tempo de uma vida. Documentos digitais que estão sendo gerados hoje pelas esferas municipal, estadual e federal terão que ser guardados por centenas de anos. E não apenas guardados, mas seu conteúdo deverá estar acessível não apenas a representantes do poder público, mas também aos cidadãos que se interessarem por ele no futuro.

Como garantir então que esses documentos poderão ser lidos daqui a 30, 50, 100 ou 200 anos? A primeira vez que o mundo se deparou com estas questões foi durante o tsunami que ocorreu na Ásia em 2004. Nesta ocasião, diferentes países e organizações civis de ajuda humanitária tiveram que trocar informações na forma de documentos digitais para poderem organizar e planejar a ajuda aos países vítimas da tragédia natural. Não é difícil supor que assim como nós, reles mortais informatizados, os representantes dessas organizações e governos sofreram do mesmo problema que enfrentamos vez por outra em nossas vidas diárias: não conseguiram abrir os documentos enviados um pelos outros, justamente por incompatibilidade de versões e formatos. Mas o pior de tudo é pensar que por conta disso, houve atraso na ajuda humanitária enviada aos países vítimas do tsunami e que por conta desse atraso, algumas centenas de vidas podem ter se perdido. Como podemos ver, o problema descrito aqui pode ir muito além de consequências inocentes, ou prejuízos financeiros.

Mas a dúvida ainda persiste: como garantir acesso universal ao conteúdo desses arquivos, sem os quais não conseguimos viver mais? A resposta veio logo após o incidente descrito acima: percebeu-se que a única forma possível para se resolver esse problema era criar um formato aberto e livre de royalties que garantisse a todos o acesso aos documentos em questão.

O ODF é a sigla em inglês para "formato aberto de documento", um formato padrão para documentos de escritório que foi concebido pela OASIS (Organization for the Advancement of Structured Information Standards) uma organização não-governamental internacional formada por representas de grandes corporações, indústrias, governos e entidades civis, com o intuito de solucionar essas questões que foram relatadas aqui.

A boa notícia é que o estado do Rio de Janeiro aprovou recentemente o projeto de lei nº 152/11 de autoria do deputado Robson Leite, do PT. Com a aprovação do projeto, os órgãos da administração pública estadual passarão a adotar preferencialmente o formato aberto de arquivos, o ODF, tanto para criação, como para armazenamento e difusão de documentos. Isso garante não apenas a longevidade dos documentos públicos, mas também seu acesso, uma vez que há excelentes opções de suítes de escritório que permitem a abertura e criação de documentos no formato ODF e, que ainda por cima, são distribuídas sem custo algum. Como exemplo, podemos citar o LibreOffice, ou mesmo o Google Docs.

Independente de posições partidárias, são ações como estas, que promovem a inclusão e a cidadania digital, que devem ser incentivadas em todos as esferas do poder no país. Um viva para o Rio de Janeiro!

publicado aqui

Eu voltei, agora pra ficar...

Desde que comecei a trabalha na Linux New Media (editora que publica a Linux Magazine) acabei deixando os 3 blogs onde costumava escrever um pouco de lado, principalmente porque passei a escrever muito e a dizer (quase) tudo o que queria dizer para as revistas das quais sou responsável agora.

A verdade é que passar o dia na frente do computador escrevendo sobre software livre acaba te afastando do computador no momento em que você chega em casa. Mas a partir de hoje, pretendo voltar a tentar escrever com mais frequência e começarei por aqui, pois esse sempre foi o meu blog pessoal, onde tenho total liberdade para decidir os rumos a se seguir.

A primeira coisa que vou fazer é publicar aqui os artigos que tenho escrito para o carioca jornal corporativo, onde passei a ter uma coluna mensal sobre tecnologia chamada "Canal Aberto", afinal esse blog nasceu para ser um repositório pessoal que centralizasse ideias em torno do meu aprendizado com software livre e que esperava eu, pudesse ser útil também para mais alguém além da minha própria pessoa.

Como sempre, convido a todos que aqui passarem os olhos a deixar algum comentário ou feedback, pois nada melhor do que escrever com um interlocutor em vista! :-)

Liberdade sempre!Categorias do Technorati , ,

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Obrigado a todos aqueles que caminham comigo!

Na última quinta-feira (20/01/2011), durante a Campus Party, após reunião com o conselho das Américas, passei a ser Ubuntu Member, depois de muita dedicação e trabalho por esta distro e consequentemente, pelo software livre. Gostaria de aproveitar a oportunidade para agradecer à alguns amigos pela conquista.

Obrigado aos companheiros de #ubuntusp @kretcheu @alexsandroccarv @marcosmamorim e aos de #quintalivre @juca_ptbr @rodrigopitanga e @jailton por tudo que eu aprendi com vocês. Parte da minha conquista de ubuntu member eu devo a vocês. O Ubuntu-SP e a Quinta-livre não seria nada sem a participação de cada um. (nóis é assim ó! - kkkk ;-)). @FabioMagnoni @ricardopontes @abinoamjr e @_madruga, recém-chegados, é bom ter sangue novo entre nós.

Queria também agradecer aos membros mais chegados do Ubuntu-BR, nomeadamente, @AndreGondin @ursinha @Pretto e @dudanogueira @AndreNoel e @AyrtonFreeman, que mesmo à distância e online, caminhamos juntos dentro desta grande comunidade que é o Ubuntu-BR.

Um grande abraço,

Kemel Zaidan aka Legendario
PS-0: 140 caracteres são muito pouco para expressar a minha gratidão.
PS-1: Espero não ter esquecido de ninguém, mas caso tenho esquecido, já deixo aqui as minhas desculpas.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Sites do Ubuntu-BR e Ubuntu-SP temporariamente fora do ar

Venho aqui informar em nome do conselho do Ubuntu-BR e da equipe do Ubuntu-BR-SP, este último, da qual sou coordenador, que o site www.ubuntu-br.org encontra-se temporariamente fora do ar devido a um problema de DNS ligado aos servidores da Canonical, onde ficam hospedados as páginas das comunidades. Um ticket de suporte já foi aberto e a solução do problema deve vir em breve.

No entanto o site e o planeta do Ubuntu-BR podem ser acessado por uma URL secundária: www.ubuntubrasil.org. O wiki, contudo, ainda não foi configurado para ser acessado através desta URL.

Já o site www.ubuntu-sp.org encontra-se fora do ar devido ao fato do domínio estar em nome do antigo coordenador do grupo @linuxmen que não avisou do vencimento e ainda não passou o domínio para a equipe atual.

Estamos tentando entrar em contato com @linuxmen no sentido de tentar resolver o problema o mais rápido possível.

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